terça-feira, 29 de julho de 2014

A nossa missão animadora

Sabe? Ao longo da vida, conseguimos aprender com a ajuda de alguém: aprendemos a andar, a ler, a jogar, depois continuamos a fazer muitas coisas por conta própria. À medida que o meio envolvente se altera fazemos coisas diferentes, graças aos que estiveram à nossa volta. Por vezes, caminhamos sozinhos, sem os pais, os professores, os amigos. No entanto, seguimos em frente. 
Convido-te a pensar: O que é que faço quando estou perante uma realidade muito diferente daquela que conheci? Encontro no meu dia a dia pessoas muito diferentes de mim, o ambiente à minha volta apresenta-me valores e anti-valores. Muitas vezes, pergunto: “o que fazer?” É aqui que poderíamos pedir ajuda; mas como pedir ajuda? Para além disso surgem-me outras perguntas: O que quero da vida? Como vou conseguir alcançar isso? O que preciso fazer? Um acompanhante poderia ajudar? O que é um acompanhante? Em Latim é "cum panis", aquele que partilha o pão. É quem partilha a sua vida contigo, para que conheça quem é, o que quer e quais as opções que pode seguir; que está perto de ti, escuta, dialoga, apoia, ajuda a discernir, favorece a comunicação interpessoal, ganha a confiança, respeita o contexto sócio-cultual, histórico e espiritual em que vive. 
Porquê um acompanhante para os jovens? Porque ajuda o jovem a ser protagonista numa sociedade onde os jovens precisam de líderes com fé, com atitudes de compromisso social e evangélico que conduzam a um novo modelo de sociedade. É alguém que partilha ferramentas e estratégias com o objetivo de que os jovens saibam como caminhar na vida: para que eles sonhem com um mundo diferente, que os anime para a vida, lhe apresente desafios, lhe dê esperança, que os ajude a projetar sonhos e desejos, promove a avaliação, desperta desafios, não lhe corta a criatividade, é o companheiro do caminho inserido na cultura juvenil. 
Segundo a passagem de Emaús (Lc. 24,13-35) dois peregrinos caminhavam tristes porque o projeto em que acreditavam, não se realizou como esperavam, Jesus morreu, foram-se desiludidos e desesperados pelo que viveram, foram sem rumo. No caminho encontram uma pessoa que os ouve, interessa-se pelo seu desânimo, escuta os seus sentimentos, a sua experiência, a sua tristeza, conversa com eles, acompanha-os até ao momento em que os peregrinos mudam de atitude e decidem regressar depressa a Jerusalém, para 
transmitirem a mensagem: a vida, a esperança, a alegria do projeto de Jesus, de um projeto que tem sentido. 
Quem pode ser um acompanhante para os jovens? Um padre, um/a Misionári@, um/a religios@ ou um/a leig@, que deseje realizar este serviço e possua qualidades – “se um cego conduz outro, tombarão ambos na mesma vala." (Mt. 15,14). É a pessoa que tem um sentido de pertença à Igreja, que motiva os jovens a viverem a experiência de Deus com outros, a ver a Deus nos pobres e os pobres em Deus, é um testemunho na tua vida. Em última análise, o acompanhante sabe que é o jovem quem deve tomar as decisões necessárias para caminhar na vida. Não é o acompanhante quem dá o caminho, mas sim quem caminha ao seu lado, ajudando-o a ser o autor e protagonista da sua própria história.

por Padre Irving G. Amaro, assessor internacional da Juventude Mariana Vicentina, para o boletim de fevereiro.

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